O medo do julgamento alheio é talvez um dos nossos maiores impeditivos para a felicidade. Mas e se a gente entendesse, de uma vez por todas, que o que o outro pensa a nosso respeito é problema unicamente dele?
Quem nunca ouviu de seus paus: “o que vão pensar de você?”. Sim, crescemos acreditando fielmente que a opinião dos outros é muito importante, que é, na verdade, determinante para nossa felicidade. Então, se agirmos corretamente, dentro do esperado, se preenchermos todos os requisitos sociais para sermos pessoas “de bem”, seremos felizes. Porém, crescemos sem a total felicidade, sem que a aprovação alheia nos traga efetivamente alegria e gozo. E por que isso acontece? Vamos tentar explicar. Quando colocamos nossas expectativas sobre os pensamentos e as opiniões dos outros, temos zero controle. Não há como prever os parâmetros pelos quais seremos julgados porque, além das tradições, do que é socialmente aceito, existem expetativas pessoais e familiares, existem momentos, existem emoções dirigidas por traumas. Existe um universo inteiro de possibilidades que fazem com que o outro nos julgue de uma determinada maneira. Então, por princípio, nunca podemos prever, nem de longe, como seremos avaliados. E, quando depositamos nossa felicidade nesse julgamento externos, as chances de sermos atacados, retaliados e magoados são enormes. Veja bem, ninguém aqui está dizendo para esquecer de uma vez por todas as regras sociais e sair agindo a seu bel prazer, sem se importar se está ou não ferindo e prejudicando os outros. Estamos vivendo uma era de despertar. A simples pausa para entender a necessidade de julgamento externo já é o começo de um processo de cura. Avaliar, o tempo todo, que regras são ou não necessárias, que crenças nos pertencem ou foram impostas sem fazer sentido, é urgente. Alguém me disse, uma vez, que pessoas falam simplesmente porque tem boca. Essa mesma pessoa chegou a essa conclusão porque ficou em dúvida sobre a roupa a escolher para ir a uma festa de batizado. Entre um vestido curto e um mais longo, escolheu o segundo, com medo de que fossem falar que aquele vestido curto era inapropriado para a ocasião. Entretanto, mesmo de vestido longo, no meio da cerimônia, uma pessoa conhecida se aproximou e disse: “você está bonita, mas não acha que essa roupa é formal demais para esse tipo de evento?”.