O que nós falamos durante uma conversa conta muito da nossa história e das nossas crenças, mesmo que não estejamos necessariamente falando sobre nós mesmos. Descobrir o que está por trás daquilo que dizemos a todo momento nos faz mais conscientes e saudáveis.
Sabe como iniciamos um processo terapêutico? Por meio de uma conversa. Claro, precisamos saber das queixas, dos sintomas, do momento pelo qual o paciente está passando. Mas, mais do que isso, precisamos entender quem ele é e no que acredita, que verdades apresenta em sua forma de ver o mundo e nos julgamentos que faz. Isso ajuda, e muito, a entender o melhor caminho e as técnicas que serão usadas para desatar os nós que trazem dores e doenças e que impedem aquela pessoa de ser feliz. Tem um ditado popular que diz que quando Pedro fala de Paulo, sabemos muito mais de Pedro do que de Paulo. E não é isso mesmo? Nós costumamos realizar julgamentos o tempo todo, e todos eles baseados naquilo que nós acreditamos que seja verdade. E que certamente é diferente para cada pessoa. Nossos grupamentos sociais geralmente são formados por identificação dessas crenças, ou seja, costumamos nos aproximar de pessoas que falam e pensam da mesma forma. Mas temos um background familiar e social que influencia diretamente em nosso modo de ver o mundo e que pode não ser percebido por nós. Uma conversa que seja, digamos, terapêutica, pode sinalizar o que está por trás de pensamentos e ações e que, se trazidos à tona, não representam totalmente a nossa verdade pessoal. Pode parecer, em um primeiro momento, que estamos saindo do eixo, porque nos acostumamos àquelas formas-pensamento como sendo nosso lugar comum, mas, no fundo, se conhecer mais profundamente é sempre algo libertador.